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Agroindústria do Pará ganha selo artesanal de chocolate

Atualizado: 5 de jul.

Produto é fabricado com cacau proveniente de agrofloresta


Por Isadora Camargo — São Paulo

31/03/2025 14h25


Cacau Xingu, de Brasil Novo (PA), usa produção proveniente de um sistema agroecológico — Foto: Divulgação/Redes Sociais Cacau Xingu
Cacau Xingu, de Brasil Novo (PA), usa produção proveniente de um sistema agroecológico — Foto: Divulgação/Redes Sociais Cacau Xingu

O chocolate Cacau Xingu, do município de Brasil Novo (PA), acaba de ganhar o primeiro selo artesanal do alimento. O registro foi concedido pela Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará).


A agroindústria de chocolate contou com apoio do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) através de uma iniciativa para escalar a produção por meio de práticas sustentáveis, o projeto Sustenta e Inova.

Jiovana Lunelli, produtora rural e dona do Cacau Xingu, disse que o selo veio de muitas mentorias e assessoria técnica, além de maquinário que possibilita viabilizar comercialmente a produção.

“Mentorias e equipamentos que são fundamentais para pequenos produtores que precisam dessa ajuda para começar. Eu olho para a temperadeira [ferramenta utilizada para derreter e temperar o chocolate antes da comercialização] que recebemos através do projeto e me enche de paixão e alegria. Antes levávamos cinco dias para preparar o chocolate que hoje levamos dois”, contou.


Jiovanna Lunelli, produtora de cacau e dona da Cacau Xingu — Foto: Divulgação/ Redes Sociais
Jiovanna Lunelli, produtora de cacau e dona da Cacau Xingu — Foto: Divulgação/ Redes Sociais

O empreendimento está localizado na região da rodovia Transamazônica, construída nos anos 1970 com o objetivo de integrar a Amazônia ao restante do Brasil.

Nesse contexto, o projeto Sustenta e Inova, financiado pela União Europeia e coordenado pelo Sebrae em parceria com o Ipam, implementou práticas agrícolas sustentáveis para agregar valor a cadeias produtivas na Amazônia.


Na região da Transamazônica, o projeto se dedica à regularização ambiental, intensificação dos sistemas produtivos, valorização e fortalecimento da produção familiar com o objetivo de subsidiar formulação de programas e políticas.


O Pará é o maior produtor de cacau do Brasil e vem ganhando reconhecimento pela cacauicultura conservacionista, mas também pelo desenvolvimento de fábricas regionais que transformam a amêndoa em chocolates de alto padrão, utilizando matéria-prima da agricultura familiar.

“A regularização familiar das agroindústrias artesanais é uma das maiores políticas inclusivas do Estado do Pará porque dá visibilidade à produção dos agricultores familiares e dos pequenos agricultores. Os estabelecimentos que têm o selo da Adepará passaram por todos os procedimentos higiênicos e sanitários e também garantem a origem de sua matéria prima”, explicou Lucionila Pimentel, diretora da Adepará.

De acordo com as entidades, o selo artesanal para a fábrica do Cacau Xingu será determinante para, além de agregar valor, tornar a marca conhecida em outros locais do país.


Atualmente, o empreendimento produz mais de dez variedades de chocolate, incluindo barras 100% cacau, geleias de cacau e nibs. A produção da região Transamazônica utiliza cacau proveniente de um sistema agroecológico.

Nos últimos anos, a Cacau Xingu investiu em novas embalagens e identidade visual própria, desenvolvidas por meio de consultorias do Sebrae a fim de dar robustez na infraestrutura da produção.


A marca segue o conceito "da árvore à barra", que delimita um processo de produção totalmente artesanal e “utiliza ingredientes selecionados, desde o cultivo do cacau até a finalização do produto”, informou a empresa familiar.

Segundo a pesquisadora do Instituto, Elisângela Trzeciak a fábrica ser a primeira do Pará a conquistar a denominação para a produção de chocolate artesanal é “um marco para toda a agricultura familiar e aos cacauicultores do Estado”.

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