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Oferta de cacau diminui em importantes regiões, mas cresce países secundários

Atualizado: 5 de jul.


Por Paulo Santos — Campina Grande (PB)

04/07/2025 15h59


O período de desenvolvimento das lavouras de cacau foi iniciado em abril nos países africanos, no Equador e na Indonésia — Foto: Maíra Erlich/TNC Brasil - Divulgação
O período de desenvolvimento das lavouras de cacau foi iniciado em abril nos países africanos, no Equador e na Indonésia — Foto: Maíra Erlich/TNC Brasil - Divulgação

Análise da StoneX mostra que as expectativas para uma recuperação da safra de cacau em 2024/25 foram frustradas após um desempenho abaixo do esperado em Costa do Marfim e em Gana, que respondem por cerca de 60% da produção global da amêndoa.


“Com a frustração na safra atual, intensificaram-se também os receios dos agentes quanto à possibilidade de um novo déficit no balanço global para a temporada 2024/25, que configuraria o quarto consecutivo. Tal cenário, por sua vez, agrava ainda mais a percepção sobre a disponibilidade global da commodity, gerando novos impulsos de alta para os preços futuros”, disse a StoneX, em relatório.

Por outro lado, a consultoria diz que é esperado um crescimento relevante da produção em produtores historicamente menores, como Equador, Indonésia e Nigéria, cujos dados recentes de exportação indicam avanços consistentes. Além disso, um possível arrefecimento mais pronunciado da demanda, impulsionado pela elevação expressiva dos preços, atua para compensar parcialmente a redução da oferta, contribuindo para mitigar os desequilíbrios no mercado e limitar a probabilidade de um novo déficit ao final de 2024/25.

Diante desses fatores, por ora, as estimativas da StoneX ainda apontam um superávit para a temporada atual. Paralelamente à safra 2024/25, que se encerra oficialmente em setembro, a atenção dos agentes se direciona ao desenvolvimento da safra 2025/26, cujas entregas tendem a se intensificar a partir de outubro de 2025.

Assim, os dados climáticos nas principais regiões produtoras têm se destacado como variável crítica.

O período de desenvolvimento das lavouras foi iniciado em abril nos países africanos, no Equador e na Indonésia, e os registros de chuvas até o momento sinalizam um cenário de chuvas próximas à normalidade, favorecendo uma perspectiva moderadamente otimista para a próxima safra.


Caso essa tendência se confirme, a combinação entre chuvas mais favoráveis, preços elevados e maior margem para investimentos em manejo agrícola pode favorecer um desempenho mais sólido na próxima temporada.

Segundo a StoneX, esse quadro tem contribuído, pelo menos no curto prazo, para uma moderação na percepção de risco de oferta em relação aos contratos de vencimento mais longo, ainda que tal cenário permaneça incerto em função de novas informações sobre o clima e o desenvolvimento da safra.


Outro fator de relevância é o acompanhamento das vendas antecipadas de 25/26, conduzidas pelas entidades estatais de comercialização (CCC) na Costa do Marfim e (Cocobod) em Gana. Esses órgãos detêm o monopólio das exportações e realizam negociações antecipadas de grande parte da safra, com o objetivo de garantir sua política de preços fixos ao produtor.

Em 2025, porém, agentes de mercado têm relatado uma liberação mais lenta dessas permissões de exportação, o que tem contribuído para o aumento da percepção de risco quanto à safra.

Considerando que as vendas antecipadas indicam indiretamente a expectativa de desempenho da safra e desempenham papel relevante na liquidez e estabilização do mercado global da commodity, novas informações sobre o cronograma e volume das vendas antecipadas será importante para a formação de expectativas quanto à oferta da próxima safra e para o comportamento das cotações futuras.

Por fim, a dinâmica da demanda global também permanece como fator central para o cenário de preços nos próximos meses, segundo a StoneX. Desde o expressivo aumento nas cotações ao início de 2024, os dados de processamento da amêndoa, principal indicador da demanda por cacau, vêm apresentando uma trajetória de desaceleração gradual.

Ainda assim, em diversas divulgações, os números superaram as expectativas iniciais do mercado, o que tem sustentado as dúvidas quanto à intensidade real da destruição de demanda provocada pela elevação dos preços.

Além disso, segundo a consultoria, o comportamento dos dados de demanda a partir de abril de 2025 ganha complexidade adicional diante da imposição de tarifas de importação por parte dos Estados Unidos, um dos principais destinos do cacau e seus derivados.

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