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Orgânicos: mercado brasileiro é estimado em R$ 7 bi em 2023

Em 2020, com a explosão da pandemia, setor cresceu mais de 30% e movimentou cerca de R$ 5,8 bilhões

Por Eliane Silva — Redação Globo Rural

18/02/2023 08h00

Segundo levantamento da Organis, país tem 25 mil unidades produtivas de orgânicos — Foto: Divulgação/Organis
Segundo levantamento da Organis, país tem 25 mil unidades produtivas de orgânicos — Foto: Divulgação/Organis

No início deste ano, a gigante Marfrig passou a processar carne orgânica no Brasil, se juntando a um setor que atrai cada vez mais grandes players.

A carne orgânica comercializada com a marca da empresa é importada do Uruguai, mas o Brasil já tem muitos produtores também de proteína animal orgânica, seguindo os passos da pioneira Korin.

Cobi Cruz, diretor da Organis, Associação de Promoção dos Orgânicos, diz que o Brasil tem cerca de 25 mil unidades produtivas de orgânicos, a maioria da agricultura familiar.


Certificação


Para serem reconhecidos, os produtos demandam certificação concedida por auditoria ou do tipo participativa (grupo de produtores criam a certificação). Há também a categoria do OCS (Organismo de Controle Social), em que o produtor da agricultura familiar só pode vender para o consumidor final.


A tendência de crescimento no setor de carnes e lácteos implica uma maior produção de grãos (soja, milho e sorgo) orgânicos. Cruz diz que a cadeia já tem boas escalas, mas sem gigantismo. Também estão em alta os orgânicos voltados ao público infantil, snacks para academia e produtos plant-based.

Um entrave para um desenvolvimento maior do setor, diz o diretor da Organis, é a desigualdade econômica.

“O crescimento desse mercado depende de distribuição de renda. Acredito que o orgânico pode alimentar o mundo um dia, mas alimentar as necessidades e não o desejo. Não tem um bife para cada um, não tem um Iphone para cada um, não tem desperdício.”


Crescimento


Em 2020, com a explosão da pandemia, o mercado de produtos orgânicos, que inclui não apenas alimentos e bebidas, como cosméticos, produtos de limpeza, vestuário e outros, “conquistou mentes e corações” e cresceu mais de 30% devido ao medo, movimentando cerca de R$ 5,8 bilhões, segundo o diretor da Organis.

A entidade foi fundada há 7 anos, depois que a equipe de Cruz passou 12 anos promovendo os produtos orgânicos no exterior e sentiu a necessidade de fazer esse trabalho também no Brasil.

O crescimento acelerado de 2020 não se sustentou nos anos seguintes, ficando entre 10% e 15% em 2021 e um pouco menos em 2022. “No ano passado, houve perda de renda, inflação alta, diversidade climática e falta de políticas públicas para o setor”, explica.

O mercado mundial dos orgânicos deve chegar a US$ 150 bilhões neste ano, com destaque para EUA, França e Alemanha. No Brasil, as cifras ainda são pequenas: R$ 7 bilhões estimados para 2023.

Cobi Cruz estima que os orgânicos vão continuar em alta porque respondem a uma demanda crescente do consumidor e porque o novo governo tem um olhar diferente para a questão ambiental.

Além disso, a entrada de grandes players possibilita aumentar a produtividade e escala. “Qualquer produto pode ser orgânico e, quando uma grande indústria começa a produzir alimentos orgânicos, ela acelera o processo porque tem que capacitar fornecedores.”


Ex-feira “bicho grilo”


Valeska Oliveira, head da Biobrasil, feira internacional de orgânicos que chega a sua 17ª edição em junho deste ano, diz que é muito interessante ver o crescimento desse mercado.

“Nossa feira começou no Ibirapuera (em São Paulo) e era considerada coisa de bicho-grilo. Hoje, o setor vem se democratizando, atingindo muita gente e atraindo muitas marcas. Não é um nicho. Os consumidores querem produtos mais saudáveis, com história, rastreabilidade e respeito ao meio ambiente”, diz.


Setor avalia que frutas, legumes e vegetais já estão com preço bem mais amigável por terem mais fornecedores — Foto: Freepik
Setor avalia que frutas, legumes e vegetais já estão com preço bem mais amigável por terem mais fornecedores — Foto: Freepik

O diretor da Organis destaca que o setor precisa de muita pesquisa para evoluir em produtividade. Não por acaso, diz, os Estados com mais produtores orgânicos são Paraná e Rio Grande do Sul, onde o tema é mais pesquisado.

Em relação a preço, ele diz que os produtos de luxo orgânicos criam uma imagem antipática do setor, mas as frutas, legumes e vegetais já estão com preço bem mais amigável por terem mais fornecedores.


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